Oração
Mateus 6.9
Definição
Comunicação direta e pessoal entre os seres humanos e Deus.
Através da oração, os que creem expressam suas adorações, confissões, ações de graças, e petições a Deus.
Propósito
- Comunicação com Deus: A oração é um diálogo com Deus. É um meio pelo qual os crentes falam com Deus e, por sua vez, ouvem Sua resposta. Isso pode incluir louvor, confissão de pecados, ações de graças e pedidos de ajuda.
- Expressão de Dependência e Fé: A oração demonstra a dependência dos crentes em relação a Deus. Ao orar, os crentes reconhecem que precisam de Deus para orientação, provisão, perdão e apoio.
- Relação Pessoal com o Pai: A oração fortalece o relacionamento pessoal com Deus. É uma maneira de conhecer mais profundamente a vontade de Deus e de alinhar o coração e a mente com a Sua vontade.
Tipos
- Adoração e Louvor: Reconhece a grandeza, a santidade e a soberania de Deus. Salmo 145.
- Confissão: Admite os pecados e pede perdão. (Salmo 51).
- Ação de Graças: Expressa gratidão por bênçãos e respostas às orações. (1 Tessalonicenses 5:18).
- Intercessão: Ora pelos outros, pedindo a intervenção de Deus em suas vidas. (Efésios 6:18).
- Petição: Faz pedidos pessoais a Deus, buscando ajuda, provisão ou orientação. (Filipenses 4:6).
- Meditação: (Josué 1.8; Salmo 1.1-3).
Fundamentos Bíblicos
- Mandamento de Orar:
- A Bíblia instrui os crentes a orar continuamente (1 Tessalonicenses 5:17)
- A apresentar todas as suas necessidades a Deus (Filipenses 4:6).
- Exemplos de Oração:
- Jesus: Jesus frequentemente se retirava para orar e ensinou Seus discípulos a orar, incluindo a oração do Pai Nosso (Mateus 6:9-13).
- Davi: Muitos dos Salmos são orações de Davi, expressando uma ampla gama de emoções e necessidades (Salmo 51)
- Daniel: Daniel orava regularmente, mesmo diante da perseguição (Daniel 6:10).
- Promessas Relacionadas à Oração: A Bíblia contém muitas promessas relacionadas à oração, incluindo a promessa de que Deus ouvirá e responderá (Jeremias 33:3; João 14:13-14).
Condições para a Oração Eficaz
- Fé: Orar com fé, acreditando que Deus é capaz de responder (Marcos 11:24).
- Persistência: Continuar orando sem desanimar (Lucas 18:1-8).
- Sinceridade e Honestidade: Aproximar-se de Deus com um coração sincero (Hebreus 10:22).
- Conformidade com a Vontade de Deus: Orar segundo a vontade de Deus (1 João 5:14-15).
- Confissão de Pecados: Manter um coração puro diante de Deus (Salmo 66:18; 1 João 1:9).
Respostas
- Sim, conforme pedido: Às vezes, Deus concede exatamente o que foi pedido. Jesus encoraja os crentes a pedir em Seu nome, com a promessa de que receberão (João 14:13-14).
- Não. Há momentos em que a resposta de Deus é “não” porque Ele tem um plano melhor ou diferente para a pessoa que está orando.
- Paulo (2 Coríntios 12:7-9).
- Jesus no Getsêmane (Lucas 22.41-42)
- Espere. Deus pode pedir que a pessoa espere pela resposta. A espera pode servir para desenvolver a paciência, a fé e o caráter. Salmo 27:14
- De maneira diferente do esperado. Às vezes, Deus responde às orações de uma forma que a pessoa não esperava. Pode não ser exatamente o que foi pedido, mas é uma resposta que cumpre a necessidade ou propósito mais profundo. Efésios 3:20.
- Provisão de paz. Mesmo quando a resposta não é visível ou imediata, Deus pode conceder paz e força para enfrentar a situação. (Filipenses 4:6-7).
- Provisão de força. (Efésios 6.10).
- Através de outras pessoas: Deus muitas vezes usa outras pessoas para responder às orações. Isso pode ocorrer por meio de apoio, conselho, ou ajuda prática de amigos, familiares ou até mesmo estranhos. (Provérbios 11.14; 15.22; Gênesis 41.38)
- Direção e sabedoria: Em resposta às orações, Deus pode conceder sabedoria e direção. (Tiago 1:5)
- Sonhos: Deus muitas vezes usou sonhos para comunicar Sua vontade e responder às orações. (Gênesis 37:5-11; Mateus 1:20-24; 2:13, 19-20).
- Circunstâncias da vida. Ele pode orquestrar eventos e situações para cumprir Sua vontade e revelar Suas respostas. (Ester 4:14; Atos 16:6-10)
Tempo de resposta
- Tempo oportuno (2 Coríntios 6.2; 1 Pedro 5.6)
- Plenitude do tempo: no momento do kairos o kronos transborda (Gálatas 4.4)
Certezas de resposta
- Pensamentos de paz (Jeremias 29.11)
- Cuidado (João 10.11-15)
Religião, Culto e Igreja
Introdução
Gênesis 3:8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.
• O hábito do convívio diário entre Deus e os homens.
• Na queda, o homem sente saudades desse convívio, o que produz nele um vazio impreenchível.
• O homem caído é essencialmente religioso.
Romanos 2:14-15
• O homem caído têm o bem e o mal, o certo e o errado gravados em sua consciência, por natureza.
• Essa consciência é um resquício da divindade no espírito do homem, criado à imagem de Deus.
• A trajetória espiritual do homem caído se orienta pela busca (humanismo), pela negação (ateísmo) ou pela autodivindade (narcisismo).
2 Pedro 3:16.
• Deturpação da imagem de Deus – o homem cria um deus idealizado segundo suas necessidades.
• Deturpação da idolatria – o homem cria uma imagem que obscurece a imagem real de Deus, o que culmina no autoengano.
• Deturpação da manipulação – o homem se torna um manipulador ou um manipulado em relação aos seus iguais.
• O culto no período patriarcal
- Um culto baseado em sangue, encerrado em Cristo: Hebreus 1.1-10.
- Um culto com três mandatos: Gênesis 1.27- 2.3.
a. Social – família e relações humanas.
b. Cultural – trabalho .
c. Espiritual – o descanso do sábado (descanso, comunhão, celebração e culto). - Os primeiros cultos:
a. Abel e Caim – reflete a compreensão do sangue e dos sentimentos interiores (Gênesis 3.7,21; 4.4-5).
b. Noé – Deus se agrada do culto e estabelece estações definidas (Gênesis 8.20-22).
c. Abraão, Isaque e Jacó – os altares são construídos sob as árvores, perto dos rios ou poços, ou sobre os montes, conforme a experiência que cada um tem com Deus (Gênesis 13.14-15; 26.23-25; 28.10-22).
• O culto no deserto
- Desintoxicação aos pés do Monte Sinai – um assentamento circular com um tabernáculo ao centro (Números 2.2).
a. Restauração da referência familiar.
b. Restauração do senso comunitário.
c. Restauração da centralidade de Deus na vida pessoal e comunitária. - Um local oficial de culto – Tabernáculo.
a. O átrio – Altar de bronze e bacia de bronze.
b. Lugar santo – Mesa para os pães da proposição, Candelabro de ouro e Altar do incenso.
c. Santo dos santos (santíssimo) – Propiciatório e Arca da Aliança - Objetos da Arca da Aliança:
a. Tábuas da Lei – aponta para a Palavra de Deus (Verbo).
b. Vaso com Maná – aponta para o Pão que desceu do Céu e sustenta a vida.
c. Vara de Arão – Um cajado que floresceu, aponta para a morte e ressurreição. - Características do culto:
a. Sábado – santa convocação: memorial da criação e da redenção.
b. Sacrifícios – holocaustos, ofertas de manjares, sacrifícios pacíficos.
c. Festas anuais – Páscoa e pães asmos, Pentecoste, Tabernáculos.
• Do tabernáculo ao templo
- Sinal da soberania de Deus sobre seu povo.
a. Casa de Oração – Isaías 56.7.
b. Casa de Adoração – Salmo 138.2.
c. Casa de Respostas – 2 Crônicas 7.14-15 - A trajetória do templo.
a. O templo de Salomão assiste à ascensão da idolatria – destruído por Nabucodonosor.
b. O templo de Zorobabel – inferior ao primeiro, não recebe tanta atenção dos remanescentes judeus, levitas e benjaminitas. Não abriga a Arca da Aliança.
c. O templo de Herodes – não era unanimidade entre os remanescentes e foi destruído no ano 70. - O culto nas sinagogas:
a. Adoração e Explicação da Palavra – Neemias 8.1-8.
b. Comentários da comunidade – Atos 13.15.
c. Liturgia da sinagoga:
i. Oração de adoração, reconhecendo a Glória de Deus.
ii. Confissão de pecados.
iii. Momento de gratidão.
iv. Intercessões.
v. Leitura e ensino.
vi. Declarações de fé – recitação da Shemá (Deuteronômio 6.4-9).
vii. Benção araônica.
viii. Obs.: Os momentos eram divididos por canções do saltério, que eram acompanhados por instrumentos que ocasionalmente tocavam um interlúdio indicado pela palavra “Selá” (Pare e pense).
• A igreja primitiva
- Cegueira espiritual dos judeus na época de Cristo:
a. Engano de Satanás.
b. Tradição dos anciãos.
c. Espiritualidade cotidiana ausente.
d. Ambiente pagão sincrético. - A fundação da igreja.
a. A operação de “chamar os eleitos” – Mateus 16.13-18; 28.19-20; Atos 1.8
b. O fim da centralidade do templo – Mateus 27.51
c. O fim do culto judaico – Hebreus 3.1; 4.14; 9.24; 10.1-4, 20.
d. Um novo ritual – Mateus 26.26-29; 1 Coríntios 11.23-26.
e. Uma nova marca – Colossenses 2.11-12. - A igreja surge.
a. Se abre para todos: Atos 2.11; 8.27; 10.1; 9.15.
b. Se reúne em casas: Romanos 16.5; 1 Coríntios 16.19; Colossenses 4.15; Filemon 1.2.
c. Vive em comunidade: Atos 2.42-47.
Conclusão
• A sede religiosa do homem se satisfaz em Cristo – João 4.13-14
• Um novo relacionamento – João 4.23-24
• A necessidade de uma liturgia diária individual:
a. Peregrinando ainda em queda – Gálatas 5.17-23
b. Peregrinando num império espiritual – Efésios 6.12-19
c. Peregrinando num sistema implacável – 1 João 2.15-17
• A necessidade de uma liturgia semanal comunitária:
a. Povo espiritualmente forte nas lutas e tribulações – Hebreus 10.25.
b. Povo em constante edificação e consolo – 1 Tessalonicenses 5.11.
c. Povo em constante unidade no amor – João 17.20-24.
O tempo
TEXTO
Eclesiastes 11.10
Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade (sopro, vapor).
CONTEXTO DA ESCRITA
- ECLESIASTES – “Koheleth”, particípio da raiz do verbo “kahal”, que significa “chamar”, “convocar”, especialmente para propósitos religiosos ou solenes.
- Eclesiastes, pois deriva das palavras gregas “ek+kaleu” (convocados para uma reunião ou assembleia) de onde vem “ecclesia” do Novo Testamento que corresponde ao “kahal” do Antigo Testamento.
- Também encontramos como título “O Pregador”, isto é alguém que reúne o povo em torno de si e que estava acostumado a falar em público, nas assembleias do povo de Israel, convocadas em ocasiões solenes.
- Salomão foi o mais famoso e mais poderoso rei do mundo em sua época, notável por sua sabedoria, riquezas e conhecimentos literários; ver 1Rs 11.4,9.
- O livro é uma discussão do que é o melhor bem para a vida. O autor chega à conclusão de tudo: “Vaidade de vaidade, diz o pregador, tudo é vaidade” (12.8). Quer dizer que no mundo tudo passa e nada satisfaz completa e permanentemente. O pregador finaliza com o fecho de ouro: “Temei a Deus e guardai seus mandamentos, pois este é o dever de todo homem.”(12.13).
- AUTOR E DATA.
- Eclesiastes é, geralmente, creditado a Salomão (cerca de 971 a 931 a.C.), escrito em sua velhice. Este livro também é atribuído a Salomão, isto devido às suas múltiplas experiência da vida; pensa-se que tenha escrito já na sua velhice.
- O tom pessimista que impregna o livro talvez seja um efeito do estado espiritual de Salomão na época (ver 1Rs 11.1-13).
- Embora não mencionado em I Reis, Salomão provavelmente recobrou a consciência antes de morrer, arrependeu e voltou-se para Deus.
- ASSUNTOS DO LIVRO DE ECLESIASTES
- Vaidade da vida terrena – Vaidade de Vaidades; Tudo é Vaidade é o tema deste livro.
- Encerra uma tentativa de resposta filosófica à pergunta: Como viver do melhor modo possível num mundo onde tudo é vaidade?
- Salomão, sentado segura e pacificamente no trono que o pai erigira, tendo riquezas, honra, esplendor e poder jamais sonhado, luxo fabuloso, era o único homem no mundo a quem os outros poderiam considerar feliz. Contudo, emprega incessante o estribilho “Tudo é Vaidade”; e o livro, produto que era da velhice de Salomão, deixa-nos a impressão clara de que ele não era um homem feliz. A palavra “vaidade” ocorre 37 vezes.
- Salomão, contudo, viu a vida terrena no que tinha de melhor. Não havia um capricho a que ele não pudesse satisfazer e quando entendesse, parecendo que a principal preocupação de sua vida foi satisfazer tais caprichos, descobrir o melhor partido que podia tirar das coisas. E este livro, que contém de Salomão sua filosofia a respeito da vida, tem a percorrê-lo inexprimível acento patético, como se dissesse: “A vida que vivi foi nada, uma coisa oca. Tudo é transitório e ansiedade de espírito.”
- Com a vinda de Cristo, a “vaidade” da vida desapareceu. O brado foi respondido. Já não era “vaidade”, senão “gozo”, “paz” e “alegria”. Jesus nunca pronunciou a palavra “vaidade”, mas falou muito do seu “gozo”, mesmo sob a sombra da cruz. “Gozo” é uma das palavras chaves do NT. Em Cristo, a humanidade encontrou o desejo dos séculos: Vida plena, abundante, alegre, gloriosa e eterna.
- A Eternidade (3:11 Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.)
- No mais profundo de sua natureza, o homem anseia pelo que é eterno, e a esta ansiedade nada da terra pode satisfazer.
- Naquela época, Deus ainda não revelara muito a respeito de coisas eternas. Todavia, foi CRISTO quem “trouxe à luz a vida e a imortalidade mediante o Evangelho” (2Tm 1:8-10). Cristo, por sua ressurreição dentre os mortos, deu ao mundo uma demonstração matemática da certeza da vida além-túmulo. Salomão, que viveu mil anos antes de Cristo, não podia ter sobre a vida futura a mesma certeza que Cristo deu mais tarde ao mundo.
- A ESTRUTURA DA MENSAGEM E SUA LIÇÃO:
- Quando se olha para a vida com seus ciclos aparentemente intermináveis (1:4) e paradoxos inexplicáveis (4:1; 7:15; 8:8), pode-se concluir que tudo é fútil, já que é impossível discernir qualquer propósito na ordem dos acontecimentos.
- Apesar disso, a vida deve ser desfrutada ao máximo, com a compreensão de que é o dom de Deus (3:12-13; 3:22; 5:18-19; 8:15; 9:7-9).
- O homem sábio viverá em obediência a Deus, reconhecendo que Ele, finalmente, julgará todos os homens (3:16-17; 12:14).
NOSSA VIDA NO ESPAÇO-TEMPO
- Tempo para tudo
- Os ciclos estabelecidos por Deus: Ec 3.1-8
- Diante da vaidade da vida eu tenho a escolha de viver um ciclo só ou vários: um bom exemplo é de duas pessoas: uma viaja o mundo e a outra nunca sai do lugar onde nasceu.
- Precisamos escolher qual vida mais nos satisfaz, conscientes de que as duas são vaidade.
- Os microtempos em nossas vidas foram criados (Gn 1.1) para serem respeitados: Infância, adolescência, juventude, idade adulta e velhice.
- Nosso tempo
- A identificação dos nossos microtempos nos traz consciência de quem somos.
- As necessárias mudanças de fases em nossos microtempos nos trazem saúde mental.
- Não há mens sana in corpore sano
Obs.: Mens sana in corpore sano é uma citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida:
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
Que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos
Da natureza, que suporte qualquer tipo de labores,
Que desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
- O respeito ao tempo e a vaidade
- No respeito ao tempo, precisamos mudar: José, Moisés, Davi.
- No respeito ao tempo, precisamos avançar: (Fp 3:13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,)
- No respeito ao tempo, precisamos desistir (1Co 13:11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.).
CONCLUSÃO
- Não negligenciar os tempos e as épocas (Deus reservou para sua exclusiva autoridade – Jó 39.1)
- Respeitar o nosso tempo (Gn 17.5; Mt 5.37, 15.11, 26.39; Jo 5.30; Rm 16.18; 1Co 2.5)
- Carpe diem (Ec 11.10)
APLICAÇÃO
- Como vejo a divisão do meu tempo?
- Como classifico os tempos da minha vida?
- O uso do sim e o não no respeito ao tempo
- Estou aproveitando o dia?
O reino de Deus
O Reino de Deus se refere, em essência, à soberania e ao domínio de Deus sobre todas as coisas.
1. Soberania Universal de Deus
Ele é o Criador e Governante supremo do universo, e todos os reinos humanos estão sob seu controle. Versículos como Salmo 103:19 afirmam: “O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.”
2. Reino de Deus no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, o Reino de Deus é frequentemente associado à nação de Israel, que é vista como o povo escolhido de Deus. Deus governa Israel de forma direta através de leis, sacerdotes e líderes escolhidos. Passagens como Êxodo 19:6 (“E vós me sereis reino sacerdotal e nação santa“) exemplificam essa relação.
3. Reino de Deus nos Evangelhos
Nos Evangelhos, Jesus Cristo anuncia a chegada do Reino de Deus. Esta mensagem é central em seu ministério. Jesus descreve o Reino de Deus como algo que está presente e ao mesmo tempo futuro. Ele realiza milagres e ensina parábolas para ilustrar a natureza do Reino. Em Marcos 1:15, Jesus declara: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.”
Mateus 21:43 “Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos.”
4. Reino de Deus como Presente e Futuro
Os ensinamentos de Jesus mostram que o Reino de Deus é tanto uma realidade presente quanto uma esperança futura. Ele está presente onde quer que a vontade de Deus seja feita (Lucas 17:20-21 – ” Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.”), mas também será consumado plenamente no futuro, quando Deus renovará todas as coisas (Apocalipse 21:1-4).
5. Reino de Deus e a Igreja
A Igreja é vista como a manifestação do Reino de Deus na terra. Os cristãos são chamados a viver de acordo com os valores e princípios do Reino, demonstrando amor, justiça e paz. Em Romanos 14:17, Paulo escreve: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.”
6. Reino de Deus na Escatologia
A escatologia cristã trata do Reino de Deus em termos do fim dos tempos. O Reino de Deus será plenamente estabelecido com a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos e o juízo final. Passagens como Apocalipse 11:15 anunciam: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.“
Conclusão
O Reino de Deus é um tema abrangente que toca diversos aspectos da teologia bíblica, incluindo a soberania divina, a história de Israel, o ministério de Jesus, a vida da Igreja e a esperança escatológica. Ele é um convite para viver sob a soberania de Deus, experimentando e antecipando o governo perfeito de Deus sobre toda a criação.
Migalhas
Mateus 15.21-28
21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. 22 E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava:
– Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada.
23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe:
– Despede-a, pois vem clamando atrás de nós.
24 Mas Jesus respondeu:
– Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo:
– Senhor, socorre-me!
26 Então, ele, respondendo, disse:
– Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
27 Ela, contudo, replicou:
– Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.
28 Então, lhe disse Jesus:
– Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.
Contexo histórico
- 21 Jesus resolveu fazer uma espécie de retiro – suas tentativas de descanso não tinham dado certo. Ele foi para além das fronteiras da Galileia, para os lados do Norte
- 22 Uma mulher de cultura grega, de origem cananeia (inimigos dos semitas) ouviu falar de Jesus começou a andar atrás de Jesus pedindo a ele que curasse sua filha – a doença era de origem demoníaca.
- Marcos conta que Jesus estava numa casa, mas não pode ocultar-se (7.24) – a mulher entrou na casa e se prostrou aos pés de Jesus, o adorou pedindo socorro para sua filha
- 27 A mulher revela sua fé através da sua profunda humildade
- 28 Jesus realiza o seu pedido e a elogia
- Que lições ela pode me ensinar?
- A lição do reconhecimento 22
- Reconheceu quem é Jesus 22
- Senhor
- Filho de Davi
- Compassivo
- Único que pode resolver (Ela poderia ter tentado a intercessão dos discípulos)
- Ela reconhece que Ele é o único que pode resolver o seu problema
- Não há outro mediador (1 Timóteo 2.5)
- Ninguém vai ao pai (João 14.6)
- Não há outro nome que se possa referir (Atos 4.12)
- Ela reconhece que há problemas que a ciência e a razão não resolvem
- Nem médicos, nem advogados, nem governantes
- Nem apelos, nem diálogos, nem conversas
- Marcos 10:27 Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível
- Reconheceu quem é Jesus 22
- A lição da fé no suportar
- Sua fé a fez suportar
- Suportou o silêncio 23
- Suportou a impressão de que não foi ouvida 23
- Suportou a frustração 24
- Suportou ouvir a razão para não ser atendida 24,
- Suportou ouvir que o que ela pedia não era bom para Jesus 26
- Sua humildade foi tanta, que tivemos a impressão de que sua fé era pequena 28
- É na humildade que descobrimos a fé
- Jesus contempla a nossa fé
- Sua fé a fez suportar
- A lição da fé na resistência 25
- Sua fé a fez resistir
- Pediu e replicou 22, 23, 25, 27
- Se contentou com o suficiente, mesmo sabendo que o suficiente era pouco 27
- Migalhas do poder de Jesus lhe atenderiam
- Migalhas da palavra de ordem de Jesus lhe satisfariam
- Jesus a atendeu, mas a pergunta que ficou é: Quem expulsou o demônio? (28 Faça-se contigo como queres) – Jesus concedeu o seu poder libertador para o desejo de mãe daquela mulher (Eu quero que minha filha seja liberta)
Conclusão
- Reconhecimento para clamar
- Somente a Jesus
- Ele é um Senhor compassivo e o único que pode resolver
- Suportar sem deixar de adorar
- Pelo que ele é em sua vida – criador, sustentador, salvador, redentor
- Pelo que ele faz em sua vida – sustenta, fortalece, ajuda, concede vitórias diárias
- Pelo que você crê que ele pode fazer em sua vida – o modelo é a bíblia
- Resistir
- Mesmo que pareça que não foi ouvido
- Mesmo que não tenha motivo para ser atendido
- Mesmo que a sua fé pareça pequena.